Páginas

18 fevereiro 2009

Cidade japonesa planta maconha para enfrentar a crise

Com a economia japonesa registrando um recuo de 12,7% entre outubro e dezembro, faz sentido que alguns projetos alternativos possam virar tendência na hora de enfrentar a crise. Na cidade de Kitami, na província de Hokaido, um empresário acredita que a maconha possa promover o crescimento econômico.

Hidetaro Funayama, 58 anos, representa um grupo que usa uma área para plantar cânhamo, planta que é da família da Cannabis, mas que não tem o efeito alucinógeno da maconha. A ideia é processar e industrializar o cânhamo para fazer papel, porta-CDs, óleo de cozinha e materiais de construção.

A plantação ocupa um terreno mais afastado do centro da cidade, que tem apenas 126 mil habitantes.

Funayama começou sua plantação em 2006, depois de visitar a Alemanha, um país mais tolerante em relação ao uso do cânhamo para uso industrial em 2003. Há projetos alemães que escolheram o cânhamo exatamente como material sustentável para decoração e interior de carros de luxo.

Desde que Funayama começou seu projeto, agora há pés de Cannabis crescendo ao longo da estrada. Alguns pés chegam a ter quatro metros de altura.

A prefeitura de Hokaido reconheceu a região como “especial” para o crescimento de cânhamo para uso industrial em agosto do ano passado, quando a subprefeitura de Kitami enviou um pedido explicando a situação.

Um porta-voz da prefeitura de Hokaido admite que é difícil incentivar a plantação, quando o uso de maconha vem crescendo em todo o país.

Mas Funayama e seu grupo estão confiantes. “Eu quero desafiar a má impressão que a produção de cânhamo tem em alguns lugares e fazer com que as pessoas parem de pensar apenas nas drogas”, disse.

O governo japonês proíbe a importação de pés de Cannabis, a menos que sejam tratadas para que não possam desenvolver o componente alucinógeno.

A sub-prefeitura de Tochigi, no leste do Japão, já desenvolveu até uma espécie própria chamada ‘‘Tochigi shiro’’ que produz cânhamo para fazer os cordões dos robes usados pelos monges em rituais da religião Xintoísta.

O Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar já indiciou que não haveria problema se Hokaido, uma região mais conhecida pelo turismo, também criasse sua própria espécie.

Para o grupo liderado por Funayama, o objetivo é plantar mil hectares, o que daria um faturamento anual de um bilhão de ienes, o equivalente a R$ 25,4 milhões.

A sub-prefeitura de Kitami está pesquisando agora a possbilidade de usar o cânhamo para purificar o nitrogênio do solo, já que as raízes se aprofundam na terra e a planta cresce muito rápido.

Com as autoridades do lado de Kitami, o único problema mesmo é evitar o roubo de plantas por cidadãos incautos que acreditam ser aquela Cannabis "da boa”.

Nenhum comentário: